domingo, 30 de maio de 2010

RUBACÃO - SÍMBOLO DA CULINÁRIA PARAIBANA




Pernambuco tem o Bolo-de-Rolo, a Bahia o acarajé e a Paraíba seu rubacão - É um prato da gastronomia nordestina, de origem árabe, muito apreciado no sertão paraibano - o rubacão deslocou-se para o litoral, disputando espaço com outras comidas regionais. Prato único, e de alto teor calórico e proteíco pelos inúmeros ingredientes que o compõem, e que a cada estado do nordeste, sofre modificações, por acréscimo ou supressão de um ou mais ingredientes. Os árabes utilizavam a lentilha que no Brasil, foi substituída pelo feijão macássar ou feijão-verde, típico do sertão paraibano. Ele assim como a lentilha, “casou” bem com o arroz. Os ingredientes que não podem faltar, são: o queijo de coalho, nata, toucinho (bacon), carne de sol ou de charque, e é claro, o arroz da terra (arroz vermelho) e o feijão (que pode ser verde ou macássar). No Ceará é chamado de baião-de-dois, a difrença é que na Paraíba esta no uso da nata. O rubacão é um prato que deve ser servido assim que fica pronto. Ou seja, as pessoas esperam por ele, e não o contrário. O Rubacão também é conhecido como arribação, arribaçã, ou arrubacão, quando a carne bovina ou suína é trocada pela carne deste pássaro - arribação.


Uma mistura espontânea e perfeita em termos nutricionais. Essa é uma das maiores vantagens do baião-de-dois lembradas por Sônia Lucena, coordenadora da Câmara Temática de Nutrição e Saúde do Consea (Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional). Lucena, que também é professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Pernambuco, destaca a origem do prato, criado a partir das "dificuldades das pessoas do sertão no período da seca", para explicar o valor nutritivo.
"Quando o arroz é misturado ao feijão, é encontrada uma proteína de excelente qualidade, como é o caso da animal. é um dos alimentos mais perfeitos em termos de misturas protéicas vegetais."
É preciso ter cuidado com o queijo de coalho, no entanto, segundo a nutricionista Mônica Bieler. "Com arroz e feijão é possível reunir uma oferta protéica boa. O queijo de coalho também tem muita proteína. O problema dele é que tem bastante cálcio, que pode competir com o ferro do feijão e dificultar a absorção do ferro", explica. Para ela, o baião perfeito tem arroz, muito feijão, bastante cheiro verde e apenas um leve toque de queijo. (IML)

Fonte:
Folha de São Paulo


Receita:
  • 2 xícaras (chá) de feijão de verde
  • 3 xícaras (chá) de arroz da terra (arroz vermelho)
  • 150 g de charque ou carne de sol
  • 150 gde toucinho (bacon)
  • 150 g de queijo coalho
  • 1/2 xícara (chá) de nata
  • 1/2 xícara (chá) de manteiga da terra ou de garrafa
  • 1 Cebola roxa picada
  • 4 Dentes alho picados
  • Molho de cebolinha e coentro
Rende 04 porções.

VEJA O VÍDEO DE COMO FAZER O RUBACÃO



Baião-de-Dois
"Capitão, que moda é essa
Deixa a tripa e a cuié
Home não vai pra cozinha
Que é lugar só de mulé
Vô juntar feijão de corda
Numa panela de arroz
Capitão vai já pra sala
Que hoje tem baião-de-dois
Ai, ai, ai
Ó baião que bom tu sois
Se o baião é bom sozinho
Que dirá baião de dois".
(Música de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, escrita na década de 50)

Propaganda do Rubacão em Restaurante de João Pessoa - PB

4 comentários:

  1. Interessante!
    Gustavão,
    Não pude deixar de perceber que seu blog não é só culinária, mas também possue seus momentos de nostalgia. Pelo fato de pôr a música de Baião-de-Dois,em um momento bastante oportuno. Sendo elaborada por Gonzaga e Teixeira na Déc. de 50.
    Nos permitindo recordar de nossas raízes.

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  4. A origem do rubação aqui na Paraíba ocorreu na década dos anos 50, principalmente na seca de 1958, nos municípios banhados pelo rio piranhas. Como os açudes da região secaram, as lavadeiras de roupas iam lavar as roupas no rio e como as casas sedes das fazendas ficavam distantes do rio e para elas não vir só almoçar em casa, levavam a carne seca, o arroz e o feijão para serem cosidos em panela de barro na beira do rio, então esta foi a origem do rubação, que na época era chamado de arrubação.

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